sábado, 18 de dezembro de 2010

Poema Vazio

Eu não me encontro.
Eu só me perco.
Me estilhaço,
me remendo.

O erro sempre presente,
nas perguntas e respostas,
nas esperas.
Na infinidade de coisas segredadas.

De tudo um pouco,
ficou quase nada.
Ficou o que não é,
o que o tempo negou e levou consigo.

Restou um pó de sonho.
Vestigios de medo.
Escombros assombrados.
Melancolia de tarde que antecede o escurecer.

2 comentários:

Mar disse...

Oi, Francielle, bom dia!!
Quem de nós já não tomou o que perdeu como a própria felicidade vivida como apenas por um instante, e logo perdida?! É um belíssimo poema! Melancólico por experimentações confessadas e ao fim por definição própria. No que já ganhou um leitor ávido. Eu deveria dizer que a maioria absoluta dos versos é tocante; mas não é a maioria – são todos eles perturbadores, de um significado muito para além do primeiro significado das palavras, como nos maravilhosos “Me extilhaço, / me remendo. ou “Ficou o que não é / o que o tempo negou e levou consigo.” ou “Melancolia de uma tarde que antecede o anoitecer”.
Amei.
Um beijo carinhoso
Lello

monologo de nanquim disse...

Oi Lello,

é sempre muito especial receber um comentário seu, é bom perceber no outro aquilo que por hora parecia ser só nosso. Quando por vezes releio meus poemas penso no quanto estou ali, e fico esperando para ver se cabe mais alguém nessas interrogações, e quando você passa por aqui parece que a incompreensão fica compreendida, é muito bom saber que as palavras possuem tanta importância a alguém como tem para mim. Um grande abraço!!