domingo, 29 de janeiro de 2012

Do que não se vê

Deus é essa poesia dentro de mim,
é essa voz que não cessa de sussurrar todas essa palavras,
e elas ficam aqui voando soltas na minha cabeça.
Até que um dia explodem em tinta num papel.

Naum dá para viver sem Deus!
Porque não posso viver sem cada um destes versos.
Porque o silêncio destas estrofes é a maior de todas  as dores.

E se você me olha, e simplesmente não vê,
que a garota na foto se distingue de todas as outras
eu não te culpo!

Sempre houve tanto esforço para fazê-lo,
tanta luta para ser cinza,
Não exijo que seus olhos pequenos vejam os raios amarelos
que só eu vejo nesse retrato antigo.

Sei pouco,
Sei que o Deus em mim não morre,
que morro todo dia e renasço nele!

E um dia, enquanto planto essas estrofes,
e aguardo que as flores enfeitem meus dias
eu espero ver sua sombra,
mas venha de óculos escuros.


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Felicidade Insólida

                        Um dia pode ser que alguém tente comprar meu verso com um cartão de crédito, meu sorriso com um pouco de gin,  e a felicidade com uma pretensa distância e embrulhos embaixo do braço. Queria poder dizer a alguém que esses versos não valem nada! Que a gin tônica amarga mais o meu coração que esse sorriso e que não dá, simplesmente não dá para fugir de mim mesma. Confesso que já me vesti de seda tantas e tantas vezes, acreditando que o presente valia mais que o embrulho, mas acabei colecionando um sem fim de caixas vazias, decoradas com os mais diferentes adornos. 

                         Uma caixa, é só uma caixa vazia no final das contas, onde agente acaba guardando coisas que não suporta todo tempo, mas que não consegue se desvencilhar.

                         Sinto falta de uma sombra inxerida, de trazer os espíritos livres para um jantar, sinto falta da inexistência,  porque meus olhos estão cansados de toda essa vida que brota sem querer viver,  e dessa vida que vive sem qualquer outra vivendo junto.

                         A primariedade dessa valsa, com pés tortos, inábeis, não me dá vontade de sorrir, porque os belos vestidos de seda não enganam os meus olhos quanto a feiura destes pés, e o descompasso dessa dança.

                        Cedo ou tarde cada pé torto acaba encontrando um recanto numa cadeira do salão, e nesse baile de máscaras, os asnos dançam, a banda toca uma valsa, sem fim, nem começo, e quase todos rodopiam numa alegria inócua!