segunda-feira, 19 de julho de 2010

Restos

Esse Caminhar entre as gentes,
faz pensar que sou gente também,
faz caminhar seguindo a marcha,
sem pensar qual é o destino.

O ritmo cega a alma.
A lógica ausente leva a esquecer,
a incongruência desse andarilho de pés descalços;
Incompleto, imperfeito...
Tento não lembrar que não deixei pegadas para trás,
quero mais ainda ignorar as partes minhas que tracejam a terra batida,
por pés tão machucados.

Um amontoado de ser deixado,
forçado ao abandono, que era e simplesmente não é mais.
Quisera ser leve, voar,
sem ter de partir-me, sangrar,
sem ter de perder-me para enfim me encontrar.

domingo, 4 de julho de 2010

eu, verso meu

Quando tudo é silêncio
é que finalmente as vozes eclodem,
vagueiam no ar, preenchem os espaços,
que sou eu.
Porque também sou um pouco desse vazio,
dessa solidão, dessas linhas.
Estes versos são um espasmo, um lampejo na escuridão,
é um pouco de tudo,
que tanto dói em mim, e parece não doer em mais ninguém.
é uma lágrima na penumbra,
que rega meu jardim,
Por hora terra nua, um dia se fará flor,
Um dia hei de sorrir.
Talvez eu faça um poema.
Talvez minhas palavras soltas façam sentido para mais alguém.