Do invólucro que faz a beleza nascer,
surge uma via de duplo afã,
nascer, crescer, perecer.
Já que não há na beleza destino outro, senão morrer.
Tudo que é vivo morre,
e toda loucura se torna vã.
Loucura de um capricho velado,
que não conhece amanhã.
O olhar dispensado, pasmado,
é trocado jogado.
O belo mal pago.
Deslumbre de prazo contado.
A beleza quer apenas ser,
brincar de querer por querer.
Ainda que seja breve, as horas que a vida desconhece,
a vida só quer viver.