quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Rasuras

 

Todo dia escrevo um trecho novo dessa minha história.
Vida a fora vou gastando meu nanquim.
Narração que se constrói na medida em que o autor se perde.
Palavras mortas abrindo portas à ressurreição.
Versos grafados e assinados pela impressão do próprio ser, 
que acaba sendo um pouco menos quando a historia acontece.
As horas perpassando os dias.
Os dias os anos. 
Os anos a vida inteira.
Cada traço de tinta é menos do que já fora,
e mais de tudo quanto jamais se perderá.
É o legado que se construiu.
Letras, contornos, pontos e rabiscos.
O único tesouro escondido,
num papel roto qualquer. 




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